Quando acordou, notou pétalas nascendo em meio aos seus cabelos. Espreguiçou-se, rasgando os lençóis e machucando-se a si própria ao esfregar os olhos para afastar o restinho de sono. O susto foi grande: havia pequenos espinhos pela extensão toda da sua pele.
Em certa noite, de repente, enquanto lutava contra o sono – já cheia de galhos e folhas, tinha medo de acordar enraizada no lugar, talvez inadequado, em que dormira –, sentiu o vento mais forte e uma chuva fina e fria caía-lhe no corpo. Olhou para o céu e viu reflexos de uma lua cheia que aparecia em frestas de nuvens. Sentiu-se tão plena que nem teve mais dúvida nenhuma: era ali o seu lugar.
Sempre soube ler as palavras todas que a natureza cantava e o vento levava para passear...